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POLÍTICA

Picciani, Paulo Melo e Albertassi são julgados nesta quinta-feira

Ex-deputados foram presos durante o mandato e são acusados de desvio milionário liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

Publicado em 28/03/2019 às 05:00

Jorge Picciani e Paulo Melo durante votação no plenário da Alerj (Foto: LG Soares / Divulgação / Alerj)

Os ex-deputados estaduais do Rio Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi — todos do MDB — serão julgados pela primeira vez na Lava Jato, nesta quinta-feira no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

O trio foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Juntos, teriam embolsado mais de R$ 100 milhões.

Os parlamentares foram presos no ano passado, durante o mandato, e continuam detidos. Picciani é o único que seguiu para prisão domiciliar, numa mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

A denúncia do Ministério Público Federal cita uma "poderosa organização criminosa abrigada no seio do PMDB fluminense".

Entre as acusações, estão esquemas criminosos com empreiteiras e a Fetranspor. Os deputados blindavam ou favoreciam as empresas através da atuação no Legislativo.

"Setores do executivo, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do legislativo, valendo-se de suas respectivas atribuições, passaram a receber vantagem patrimonial de forma sistemática das empresas contratadas pelo ente público para a realização de obras ou prestação de serviços, como o de transporte coletivo", dizem os procuradores.

No ano passado, o G1 mostrou que — mesmo presos — os deputados consumiram milhões dos cofres públicos. Eles continuaram recebendo salários, assim como os funcionários de seus gabinetes. No total, mais de R$ 6,6 milhões foram gastos em despesa.

Um pedido de cassação dos três tramitou na Comissão de Ética da Alerj, mas a passos lentos. Depois de um ano, só foi produzido um relatório de uma página que pedia a absolvição. Não houve desfecho do caso.

Jorge Picciani

A denúncia diz que o ex-presidente da Alerj tinha notória "ascendência e liderança sobre os parlamentares", além de presidir o partido. A ele, a Fetranspor teria pago R$ 50 milhões, entre 2010 e 2015. Ele nega.

Entre 2008 e 2014, a Odebrecht teria pago R$ 11,5 milhões. Os dados constam em delações e na planilha do Serviço de Operações Estruturadas da construtora, que servia como um "Departamento de Propina".

Paulo Melo

Entre 2010 e 2014, Paulo Melo teria recebido R$ 1,4 milhões da mesma empreiteira. Praticamente nesse mesmo período, "Pinguim" - como foi identificado nas planilhas da Fetranspor - recebeu R$ 54 milhões. Nessa época, ele era o presidente da Casa.

Edson Albertassi

2º vice-presidente da Casa e líder do MDB na Alerj, Albertassi também teria recebido propina da Fetranspor através de rádios da família. Os pagamentos teriam ocorrido entre 2012 e 2014, segundo a denúncia, com mesadas de R$ 60 mil.

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