Volta
Redonda – A chegada do inverno faz entrar em alerta o programa de tuberculose
ligado ao Centro de Doenças Infecciosas de Volta Redonda (CDI). Neste período
do ano, em geral os casos da doença crescem até 85% em média. De acordo com a
enfermeira Rejane Maria de Queiroz e Silva, coordenadora do programa de
tuberculose do CDI, a chegada do frio faz com que as pessoas deixem janelas e
portas mais vezes fechadas, mesmo em ambientes públicos. Isso facilita o
contágio, que se dá principalmente pelo ar (tosse, espirro).
A
enfermeira cita ônibus, taxis, carros de passeio, a própria residência e os
lugares públicos como alguns a serem melhores arejados.
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Nestes locais as pessoas contaminadas com o bacilo de Koch nos pulmões espelham
no ar ao tossir, espirrar ou ao falar. Isso pode ser aspirado por outras
pessoas que estejam próximas. A tuberculose pode ser transmitida de pessoa para
pessoa desde que uma delas esteja contamina pelo bacilo. Neste período de frio,
a propensão de alguém pagar a doença é bem maior, algo em torno de 85% de
chances devido aos ambientes fechados – alerta.
Rejane
aconselha que no inverno as pessoas evitem ambientes fechados e mal ventilados,
pois a luz solar ajuda a prevenir a doença. Por isso, ela recomenda deixar a
casa bem arejada e ventilada no frio, possibilitando a entrada dos raios de
sol.
A
coordenadora do programa lembra que já no final do inverno, por volta de
agosto, os casos notificados no programa começam a aumentar em 85% ou mais.
Atualmente, o programa de tuberculose 96 novos casos notificados em 2018,
enquanto que em 2017 foram 200 casos notificados ao total.
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Com a detecção dos casos de HIV-Aids, a tuberculose surgiu novamente no país de
forma crescente. E entre os fatores que causaram este aumento está o aumento da
Aids e o fato das pessoas viverem mais aglomeradas e mais próximas uma das outras.
Já o perfil das pessoas mais propícias a adquirir a doença é a população
carcerária, carcereiros, moradores de rua e pessoas que trabalham em ambientes
fechados, sem ventilação adequada – comenta.
Segundo
ela, as pessoas devem ficar bem atentas porque além de ocorrer de forma
pulmonar, ela também pode ocorrer de forma extrapulmonar, o que ainda é raro,
mas já com registro no município. A enfermeira explicou que entre os sintomas
está a tosse, perda de apetite, emagrecimento e sudorese noturna. No caso da
febre, geralmente ela acontece baixa e no final da tarde. Já a tosse acontece
com ou sem secreção.
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Ao perceber que está com esses sintomas, o paciente deve procurar a unidade de
saúde mais próxima ou o CDI no Aterrado, onde os médicos solicitarão o exame do
escarro (pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes – BAAR) – diz.
Entre
as dificuldades enfrentadas para o tratamento, Rejane destaca o abandono do
tratamento pelos próprios pacientes ao sinal das primeiras melhoras.
Homens
mais vulneráveis
Dos
96 casos de tuberculose notificados este ano, 66 são de homens (quase 70%). A
coordenadora ressaltou que os homens são mais vulneráveis por não procurarem
com tanta frequência o serviço de saúde.
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As mulheres estão mais inseridas nos programas de saúde, já as crianças são
protegidas pela vacina BCG. A falta de o homem ter menos preocupação com a
saúde ajuda a aumentar este índice. O público masculino se acha mais saudável e
só procura a unidade de saúde quando está doente – esclarece.
Tratamento
A tuberculose é tratada com medicação que o Ministério da Saúde disponibiliza para o município. O tratamento é gratuito e dura em média seis meses. Após o diagnóstico, o tratamento deve ser feito o quanto antes, todos os dias e sem nenhuma interrupção, mesmo com o desaparecimento dos sintomas. Segundo a coordenadora Rejane, o tratamento só termina quando o profissional de saúde confirmar a cura por meio de exames.
O programa da tuberculose funciona diariamente no CDI (Centro de Doenças Infecciosas), na Rua Dionéia Andrade Faria, 329, Bairro Aterrado, das 07 às 17hs e de segunda à sexta.