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INTERDIÇÃO

Prejudicados por bloqueios no RJ relatam fome, sede e até agressão

Ações aconteceram nesta segunda-feira (31) na Ponte Rio-Niterói, na Baixada e no interior.

Publicado em 31/10/2022 às 20:00

Motoristas são hostilizados e têm carros atacados durante protesto de caminhoneiros na Via Dutra (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Tudo o que o analista de sistemas Leílson dos Santos queria nesta segunda-feira (31) era chegar em casa. Vindo de São Paulo para o Rio de Janeiro, ele levou 18 horas de viagem em um trajeto que só dura seis.

Terrível, terrível, terrível. Quase faltou água, ainda bem que ainda tinha um pouquinho de água no ônibus. Sol quente demais. Terrível esse sofrimento, viu?”, disse.

Ele foi uma das pessoas prejudicadas pelo bloqueio promovido por caminhoneiros bolsonaristas e que tomou conta de algumas vias do país.

As interdições se iniciaram horas após o anúncio da vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República, oficializada às 19h57 do domingo (30).

Na capital, manifestantes tentaram, mas não conseguiram bloquear o acesso à Ponte Rio-Niterói. Foram impedidos pela Polícia Militar. Ainda assim os protestos tiveram reflexo na Rodoviária do Rio.

Quem também demorou para chegar foi a cabelereira Célia Lage. Ela ficou 11 horas dentro de um ônibus e teve que procurar comida e água para aguentar o trajeto.

Desde 2h20 da madrugada até as 13h da tarde. A gente foi andando pela estrada para poder encontrar um posto mais perto para gente poder comer e beber água alguma coisa porque ficar dentro do ônibus não ia dar”, contou.

Ao longo do dia, houve bloqueios na Rio-Teresópolis, na Via Light e, principalmente, na Via Dutra.

O movimento na rota Rio-São Paulo caiu 80%, principalmente porque houve longo bloqueio na Rodovia Presidente Dutra, em Barra Mansa.

Cerca de cem caminhoneiros interditaram os dois sentidos da rodovia na altura do km 276. O grupo instalou barricadas para impedir a circulação.

Passageiros de um ônibus de turismo desceram na rodovia pelo acostamento, e a Concessionária CCR registrou 29 km de congestionamento.

Por volta do meio-dia, policiais rodoviários federais negociaram com manifestantes a liberação de ônibus de turismo no sentido São Paulo. Agentes da PRF disseram aos caminhoneiros que o bloqueio de rodovias é crime.

Um motorista negociou com caminhoneiros que bloqueavam a rodovia para conseguir seguir viagem.

Uma mulher, que estava acompanhada do filho, disse que manifestantes quebraram o para-brisas do carro dela.

Eles vieram para cima do carro e começaram a dar soco e quebrar, tinha até mulher no meio, começaram a quebrar o vidro, um deles tentando enfiar a mão para tirar a chave da ignição, eu fui fechando o vidro, e eles gritando palavras de ódio. Aí dei logo uma ré e fui embora”, contou.

Na Baixada Fluminense, houve bloqueios na Via Dutra, em Queimados e Nova Iguaçu. Um grupo botou fogo no lixo e pneus na altura do bairro da Posse.

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