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BARRA MANSA

Homem condenado por ajudar assassino de Karina Garofalo morre aos 33 anos

Crime aconteceu em 2018 e ganhou uma grande repercussão em todo o país.

Publicado em 20/02/2024 às 17:00

Hamir Feitosa Todorovic morreu aos 33 anos (Foto: Divulgação)

Hamir Feitosa Todorovic, condenado a 30 anos de prisão pelo envolvimento na morte da advogada e corretora Karina Garofalo, morreu aos 33 anos na noite de segunda-feira (19), vítima de um câncer.

Ele estava em prisão domiciliar desde junho de 2023, para fazer o tratamento contra a doença, e veio a óbito na Santa Casa de Barra Mansa (RJ). A informação foi confirmada ao g1 pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Hamir foi condenado em março de 2023 por homicídio triplamente qualificado. Ele trabalhava como guarda municipal em Porto Real (RJ) e prestava serviços particulares a Pedro Paulo de Barros Pereira Júnior, ex-marido de Karina, apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime.

Paulo Maurício Barros Pereira, primo de Pedro Paulo, é acusado de realizar os disparos contra Karina, com o apoio logístico de Hamir.

Pedro Paulo e Paulo Maurício, na época empresários conhecidos em Volta Redonda (RJ), também responderão por homicídio triplamente qualificado. Os dois estão presos desde a época do crime e aguardam a definição da data da sessão de julgamento, que deve acontecer ainda este ano.

Karina foi morta na frente do filho

Karina foi assassinada no dia 15 de agosto de 2018. O caso ganhou uma grande repercussão em todo o país. A advogada, que tinha 44 anos, foi executada na frente do filho, na época com 11 anos, em uma rua na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Karina era natural de Volta Redonda (RJ) e estava morando no Rio. Ela tinha carro blindado e motorista particular.

Por volta de 13h, ela pegou o filho na escola e os dois almoçaram no shopping que fica a poucos metros de onde moravam. Por isso, dispensou o motorista para voltar a pé para casa, mas não imaginava que já estava sendo seguida.

Imagens de câmeras de segurança mostram o trajeto do homem apontado como o assassino. Pouco antes do crime, ele chega de carro ao shopping onde já estavam Karina e o filho. Neste momento, ele estaria sendo acobertado por Hamir, que estava em uma moto.

Assim que Karina e o filho saíram do shopping caminhando, o assassino desceu do carro e foi em direção aos dois. Ele segurou Karina pelos cabelos e atirou. Ela foi atingida por dois tiros na cabeça e outros dois no pescoço.

Karina morreu na hora. Em seguida, o assassino voltou correndo para o carro. A criança não ficou ferida, e nada foi levado.

Outras imagens de câmeras de segurança mostram a rota de fuga do criminoso. Em certo momento, ele parou em um sinal e, com pressa e parecendo nervoso, chegou a esbarrar em dois carros. Um quilômetro depois, ele abandonou o carro e jogou duas armas em um terreno baldio, uma delas usada para matar Karina.

As pistolas e um silenciador foram recolhidos pela polícia. As investigações logo apontaram que o crime foi cometido por Paulo Maurício. O atirador foi, inclusive, reconhecido pelo filho de Karina.

No dia seguinte ao crime, a Justiça já havia mandado prender Paulo Maurício e também Pedro Paulo. Dias depois, Hamir também teve a prisão decretada.

A denúncia do Ministério Público aponta que a morte foi encomendada por Pedro Paulo por vingança e ciúmes, já que o ex-marido travava com a vítima disputas judiciais envolvendo a divisão de bens e questões relacionadas à guarda dos filhos. O denunciado teria ficado contrariado quando a ex-esposa ficou noiva e passou a morar com o novo companheiro.

"Um crime bárbaro, praticado à luz do dia e beira o amadorismo. Foi uma covardia terrível. O motivo é fútil. A vítima não teve a menor possibilidade de defesa. Tem a participação de um marido contra uma ex-esposa na frente de um filho em comum", disse, na época, o delegado de Polícia Civil André Morais.

Karina e Pedro Paulo foram casados por 15 anos. Eles tiveram dois filhos, um deles a criança que presenciou o homicídio, e estavam separados há cinco anos.

Hamir ficou em silêncio durante julgamento

Durante a sessão, Hamir utilizou o direito constitucional de permanecer em silêncio e teve os argumentos apresentados por uma defensora pública.

"A defesa pediu a absolvição do acusado por falta de provas nos autos e, subsidiariamente, a desclassificação da conduta narrada na denúncia por ausência de dolo consistente em participação distintamente dolosa", informou o TJ-RJ.

Do outro lado, foram apresentadas provas e depoimentos de testemunhas que trouxeram detalhes dos elementos que antecederam o fato e também relatos de como Hamir se comportou após o homicídio.

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