O festival de ciência "Pint of Science" vai ter sua primeira edição em Volta Redonda, no Sul do Rio de Janeiro. O evento vai acontecer de segunda (20) a quarta-feira (22) em vários bares da cidade. O objetivo é reunir o cientista e a sociedade, estabelecendo um canal direto de conversa.
Serão 12 palestras em três dias em dois bares diferentes em cada dia. Os estabelecimentos participantes serão o Tony Montana, no bairro Tangerinal, a Paranoide, no bairro Aterrado e o Calumma, na Rua 33, na Vila Santa Cecília. As apresentações começam às 19h30 e são gratuitas.
Cada apresentação será curta, entre 15 a 20 minutos, com espaço para perguntas e um bate-papo com os pesquisadores depois da apresentação para os mais tímidos. De acordo com os organizadores, o bar pode ser um local para discutir algo tão importante quanto a Ciência e de forma descontraída, sem jargões e mantendo a credibilidade científica para a sociedade.
“Um estudo recente mostrou que a imensa maioria da população concorda que os avanços científicos e tecnológicos são importantes para o desenvolvimento do país. Porém só 13% souberam nomear alguma instituição de pesquisa no país. A Universidade de São Paulo foi apenas a quarta mais citada, quando cerca 95% da produção científica é realizada nas universidades públicas”, explicou o professor doutor da UFF, Thadeu Penna.
Serão sorteados brindes aos participantes, por cortesia dos locais que acolheram o Pint of Science. Os temas são os mais variados: desde o Universo distante, sobre colisões de galáxias até o Rio Paraíba, de redes sociais às loterias, de mecânica quântica à robótica, educação, sociologia, filosofia e aço, como por exemplo: por que o Titanic afundou?
O evento é organizado pela UFF, mas haverá também palestrantes de outras instituições, como IFRJ, OAB/VR, UERJ e UFRJ. Os palestrantes são pesquisadores radicados ou oriundos da região. A organização reforça ainda a presença marcante de pesquisadoras, tendo uma apresentação dedicada a elas.
“Ficou clara a importância e a urgência da divulgação científica. Temos que ocupar todos os lugares para mostrar nosso trabalho e que a população tenha tanto orgulho quanto nós mesmos, os cientistas. Vamos ocupar as praças, os bares e fazer todo o esforço para esse conhecimento seja assimilado pela população”, concluiu o professor.
Sobre o Pint of Science
O festival teve suas origens em 2012, quando os pesquisadores Michael Motskin e Praveen Paul, do Imperial College of London, organizaram o evento “Encontro com Pesquisadores” e convidaram pessoas com Alzheimer, Parkinson, doenças neuromusculares e esclerose múltipla para ver de perto a pesquisa que era feita nos laboratórios. A experiência foi tão inspiradora que a dupla decidiu propor algo maior: por que não criar um evento em que os pesquisadores saíssem das Universidades e Institutos de Pesquisa para conversar diretamente com as pessoas?
O encontro começou na Inglaterra em 2013 e chegou ao Brasil em 2016. Em 2016 eram apenas 6 cidades e um ano depois já aconteceu 22 lugares. Em 2018 o festival chegou em 56 locais espalhados pelo país e em 2019 vão participar 87 municípios brasileiros, tornando o Brasil o maior Pint do mundo; em segundo está a Espanha, com 72.
"A proposta do festival é muito interessante e acredito ser um estímulo para estudantes e interessados em ciência, que poderão discutir temas relevantes para a sociedade fora da sala de aula e de uma maneira muito leve e descontraída, além de ser mais abrangente em relação ao público, já que é um evento aberto e gratuito. A ideia da cervejaria é justamente abrigar atividades que agreguem valor aos frequentadores e, quando fomos procurados pela organização do festival, acertamos de prontidão para recebê-lo em nosso espaço e iremos abrir a cervejaria especialmente para este evento na próxima segunda e terça-feira", comentou Felipe Cobucci, mestre cervejeiro e sócio da Cervejaria Paranoide.
