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CRIMINAL

Polícia Civil e MP-RJ prendem suspeitos de integrar quadrilha

Um cantor sertanejo foi preso em Ponta Grossa, no Paraná.

Publicado em 17/09/2018 às 03:03

Material apreendido foi apresentado durante coletiva em Barra Mansa (Foto: Anderson Sobrinho/TV Rio Sul)

Cantor sertanejo foi preso em casa, no interior do Paraná (Foto: Reprodução/Rede Globo)

Vinte e nove pessoas foram presas, na manhã desta segunda-feira (17), por suspeita de participar de uma quadrilha responsável por furtar mais de R$ 30 milhões de contas bancárias em um ano. A segunda fase da Operação Open Doors visa cumprir 43 mandados de prisão e mais de 40 de busca e apreensão em sete estados do país. Ao todo, 237 suspeitos foram denunciados.

A operação é da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

Em balanço divulgado pela polícia na tarde desta terça em Barra Mansa (RJ), mais de R$ 30 mil foram apreendidos, além de dez celulares, dez notebooks, três computadores, quatro carros e uma moto. Parte do material estava na casa de alguns suspeitos presos no Rio de Janeiro.

No RJ, as ações se concentram em Vargem Grande e no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste; e nos municípios de Barra Mansa, Volta Redonda e Angra dos Reis. Segundo o delegado Ronaldo Brito, titular da 90ª DP de Barra Mansa, 23 pessoas foram presas no estado do Rio, três em São Paulo, duas no Paraná e uma em Minas Gerais. Mandados estão sendo cumpridos também na Bahia, Ceará, Santa Catarina e no Pará.

Os envolvidos responderão por lavagem de dinheiro, furto qualificado e organização criminosa.

De acordo com as investigações da 90ª DP (Barra Mansa), o grupo tinha como “vítimas” tanto pessoas físicas, quanto grandes empresas.

"Eles se especializaram nesse tipo de golpe através de uma engenharia social. Entravam em contato com as vítimas e, de forma leviana, indicavam certos números para que as vítimas digitassem na barra de rolagem do computador. Dessa forma, eles conseguiam os dados bancários", explicou Ronaldo Brito, delegado da 90ªDP (Barra Mansa).

Segundo a polícia, o grupo atua no Sul Fluminense há mais de uma década, mais precisamente em Barra Mansa. Com acesso a dados cadastrais sigilosos, os suspeitos entravam em contato com as vítimas ou até mesmo departamentos jurídicos de grandes empresas e se passavam por funcionários de bancos.

Daí em diante, os criminosos forjavam um processo de atualização de cadastro. Com direito a número de protocolo, as vítimas eram direcionadas para uma página clonada e “hackers” tinham acesso a dados sigilosos. Em posse de senhas, os golpes levavam no máximo 20 minutos, tempo suficiente para que quantias altas fossem transferidas para diversas contas de “laranjas”.

Outra parte da quadrilha, então, entrava em ação, seguindo até agências bancárias para efetuar saques. Uma grande empresa do ramo de planos de saúde, por exemplo, sofreu golpes estimados em R$ 500 mil.Os criminosos levavam menos de dez minutos para fazer as transferências. A preferência era por empresas. "Eles possuíam um grupo especializado para abordar pessoas jurídicas e, dessas contas, eles conseguiam arrecadar maiores valores", destacou o delegado.

Os acusados costumavam esbanjar e aplicavam as quantias subtraídas em imóveis e carros de luxo. Dezenas de pessoas, identificadas na investigação, eram usadas para a compra de apartamentos e casas.

Em agosto do ano passado, a Justiça já havia expedido 33 mandados de prisão contra integrantes da quadrilha. Os suspeitos serão indiciados por diversos crimes, entre eles organização criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado.

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