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CRIMINAL

Operação 'Eu que lute' combate facção criminosa em Paraíba do Sul

Segundo a Polícia Civil, 12 pessoas foram presas.

Publicado em 11/03/2020 às 21:00

Policiais foram às ruas de Paraíba do Sul para cumprir mandados de prisão (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Uma operação conjunta entre policiais civis e militares prendeu 12 pessoas desde a noite de quarta-feira (11) em Paraíba do Sul, no Sul do Rio de Janeiro. Eles tinham mandado de prisão expedidos pela Justiça por suspeita de envolvimento com uma facção criminosa ligada ao tráfico de drogas.

Um dos envolvidos trabalhava como motorista de aplicativo. Na noite de quarta-feira, um policial solicitou uma corrida e anunciou a prisão assim que ele chegou ao ponto de encontro.

Na manhã desta quinta-feira (12), a operação foi concentrada em uma localidade conhecida Ladeira Curupati, que liga os bairros Palhas e Morro do Volante, além dos bairros Santa Josefa e Limoeiro. Os agentes foram até as casas dos suspeitos por volta das 6h.

Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de prisão de suspeitos que estavam soltos e outros dois de envolvidos que já estavam presos por roubo e tráfico de drogas.

Além dos mandados cumpridos, outros dois homens foram presos em flagrante com drogas. Também foram apreendidas drogas e uma arma com munições.

Três pessoas que estavam sendo procuradas não foram encontradas e passam a ser considerados foragidas.

As investigações apontaram que o grupo tem ligação com uma facção criminosa que deseja estabelecer uma ramificação na cidade. O líder da quadrilha é um homem de 31 anos que já está preso no Rio de Janeiro pela prática de crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Segundo a Polícia Civil, ele continua comandando as atividades criminosas do grupo pelo telefone celular e por informações passadas a pessoas que vão visitá-lo, além de articular a vinda de traficantes de favelas do Rio de Janeiro para Paraíba do Sul.

A operação ganhou o nome de "Eu que lute", expressão popular na internet usada diante de algo difícil de ser conquistado. Segundo a Polícia Civil, o objetivo é "enfatizar o duro e contínuo trabalho das forças policiais para frear o avanço de organizações criminosas em cidades do interior".

Investigação começou em dezembro

A investigação começou em dezembro de 2019, quando um jovem de 22 anos foi encontrado morto em uma área rural da cidade. O corpo tinha várias marcas de tiros e sinais que indicavam que a vítima havia sido torturada.

As investigações apontaram que o jovem era de uma favela da capital e se mudou para Paraíba do Sul para ajudar no gerenciamento do tráfico, seguindo as ordens do traficante que estava preso.

Os agentes apreenderam um caderno com anotações sobre o tráfico de drogas e descobriram que, dias antes de morrer, a vítima recebeu uma arma e um grande carregamento de drogas. O material estava enterrado em um morro.

Também foram encontrados indícios de que a vítima teria sido executada por alguns de seus próprios comparsas. A traição foi vingada dias depois, quando um de seus parceiros — o principal suspeito do assassinato — foi encontrado morto na cidade de Três Rios.

As investigações avançaram e a polícia identificou outro homem, de 32 anos, que havia sido enviado a Paraíba do Sul para "tocar os negócios" do traficante preso.

Esse novo "encarregado" foi preso em janeiro, ao ser flagrado com uma mochila com grande quantidade de drogas e uma arma de fogo, no bairro Santa Josefa. Ele estava acompanhado de um comparsa, que conseguiu fugir nadando pelo Rio Paraíba do Sul.

O suspeito usava um carro roubado que foi recuperado no dia seguinte. A perícia constatou que o veículo tinha marcas de sangue recentes no banco traseiro.

Os investigadores também identificaram que o grupo estava sendo gerenciado por uma jovem de 19 anos que era namorada do chefe da quadrilha — o homem preso no Rio de Janeiro. Ela foi presa no fim de janeiro, quando foi flagrada em uma casa na Ladeira do Curupati com uma arma, munições, dinheiro, drogas e uma lista que detalhava a contabilidade do tráfico.

Quatro dias depois, outros dois integrantes do grupo, de 22 e 32 anos, foram presos em flagrante com drogas no mesmo imóvel. Eles estavam com um adolescente, de 15 anos, que também foi apreendido.

Diante das informações levantadas durante o processo de investigação, a Justiça acatou um pedido da Polícia Civil e expediu os mandados de prisão contra os suspeitos de envolvimento com a quadrilha.

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