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BARRA DO PIRAÍ

'Não existia namoro entre os dois', diz mãe da jovem estrangulada até a morte

Corpo de Johanna Cerqueira, de 19 anos, foi encontrado na última segunda-feira, no Pátio da Estação.

Publicado em 07/07/2018 às 01:06

Johanna, na foto com a mãe, foi estrangulada até a morte em Barra do Piraí (Foto: Hellida Cerqueira de Jesus/Arquivo Pessoal)

"Não existia namoro entre os dois. Existiu uma covardia, uma maldade. Ele não é um ser humano. Ele matou com crueldade. Ele bateu nela. Um baita de um homem daquele bater nela, fazer o que ele fez... Ela não era obrigada a ficar com ele nem com ninguém”, disse Hellida Cerqueira de Jesus, mãe de Johanna Cerqueira, de 19 anos, estrangulada até a morte na noite de domingo (1º) em Barra do Piraí, no Sul do Rio de Janeiro. O corpo da jovem foi encontrado na manhã de segunda-feira (2) no Pátio da Estação, no Centro.

Jhonatan Nunes Lima de Souza, de 24 anos, confessou o crime e está preso na Cadeia Pública de Volta Redonda — cidade vizinha. Ele vai responder por feminicídio, quando a vítima é morta pelo fato de ser mulher, e pode pegar até 30 anos de prisão. Em depoimento para polícia ele contou que era ex-namorado da vítima.

Jhonatan falou que os dois se encontravam e aí ficavam. Que mantinham esse relacionamento casual. Mas as testemunhas disseram o contrário. Falaram que ele era conhecido do grupo de amigos por frequentar o mesmo clube, que ele sempre tentava se aproximar da Johanna e ela nunca aceitou ficar com ele”, disse na manhã desta sexta-feira (6), Welington Vieira, delegado da 88ª Delegacia de Polícia de Barra do Piraí, onde o caso foi registrado.

O relacionamento entre os dois também foi negado pela família de Johanna. “Ele nunca foi nem mencionado aqui. A questão de namoro não procede. Ela saiu pra ir a um baile e, segundo me consta, e é o que eu acredito, ele estava lá e quis ficar com ela… Ela não quis e ele fez essa barbaridade”, disse a mãe da jovem, que era estudante de odontologia.

Minha filha tinha família. Uma família bem estruturada, morava comigo, fazia faculdade. Quem era ele pra dizer que era namorado dela? Minha filha nem namorando estava”, contou Hellida.

A polícia divulgou imagens da câmera de segurança que mostram o momento em que ele levava Johanna. “Ele ficou sabendo que ela dormiria na casa de uma amiga, cercou a jovem e cometeu o crime”, contou o delegado. Ainda segundo a polícia, o acusado tem duas outras passagens por violência doméstica.

Justiça

Familiares e amigos farão uma passeata no sábado (7), ao meio-dia, pedindo justiça. “O fato da minha filha usar um short e um cropped não quer dizer nada. Não aceito isso. Ela era uma menina alegre, cheia de vida. Ela está morta, não tem como falar, não tem como se defender... Eu vou marchar nessa luta porque eu não vou deixar denegrir a imagem dela”, disse Hellida.

O corpo de Johanna foi sepultado na manhã de terça-feira no Cemitério Municipal Santa Rosa.

Repercussão do caso

A morte da jovem chocou internautas e estava nos principais tópicos do twitter com a hashtag #SomosTodosJohanna. Entre os muitos comentários pedindo Justiça e que parem com a violência contra a mulher, uma das internautas registrou "a mulher não vive, sobrevive", afirmou na rede social.

O mapa da violência feito pelo G1 mostra uma crescente no número de mortes de mulheres no Brasil. Em 2017, foram registrados 68 casos deste crime no Rio de Janeiro.

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