Os danos causados pelas quedas de barreiras na RJ-163, principal via de acesso à região de Visconde de Mauá, Maromba e Maringá, chegaram até as pousadas e restaurantes. A estrada completa uma semana interditada e, por determinação de engenheiros e geólogos do estado, deve ficar assim por período ainda indeterminado. A alternativa é pegar a RJ-161, que também foi afetada e está em estado precário, mas foi parcialmente aberta.
Com isso, proprietários de pousadas lamentam o cancelamento de reservas e a redução dos turistas na região. De acordo com André Armondi, que trabalha com a empresária Maria Margarida de Paiva, proprietária de uma pousada em Visconde de Mauá, as desistências já estão em andamento.
"Como a maioria dos turistas desconhece o acesso pela Serra do M (RJ-161), que passa por Vargem Grande e segue até Mauá, muitos estão cancelando as reservas. Até agora, já tivemos quatro reservas canceladas para o final de semana, mas já sabemos que outras reservas também serão canceladas. Mesmo avisando que a interrupção da RJ-163 por Penedo pode ser contornada pela RJ-161, os turistas ficam receosos", lamenta.
A interrupção da RJ-163 também causa outros transtornos, como o desabastecimento em alguns locais da região. Com isso, o posto ficou sem combustível e alguns supermercados também ficaram sem alguns produtos. Até alguns açougues perderam seus produtos por falta de energia elétrica. “Durante a semana, só estávamos com um casal como hóspede e que foram embora na quinta”, comenta.
Donos de outra pousada em Visconde de Mauá, Avanil dos Santos Diniz e Anercino Diniz também andam preocupados com a queda de movimento, que começou depois do incidente na RJ-163.
"Estamos ligando para os hóspedes para explicar que o acesso já é possível pela RJ-161, mas infelizmente pouca gente conhece. As pessoas estão ligando para pedir informações e nós explicamos que o acesso só é possível por Vargem Grande, através da RJ-161. Apesar de serem 60 km a mais, é um trajeto bem bonito. Normalmente, estaríamos com hóspedes durante a semana, mas devido à queda de barreiras não estamos no momento com nenhum dos oito chalés que possuímos ocupados", disse Avanil.
Anercino disse que o estrago provocado pela chuva na região levará a uma redução de até 90% do faturamento normal. Já o gerente de uma pousada localizada na Vila de Maringá, Yan Carvalho, confirmou que a preocupação com a segurança está fazendo com que alguns hóspedes transfiram a data de suas reservas.
"Até esta quinta-feira, três reservas já foram transferidas. Muita gente está ligando ou enviando e-mail para pedir informações sobre as condições da estrada e sobre o melhor acesso para a pousada. Com isso, nós estamos enviando um mapa indicando a passagem pela Serra do M", diz.
Yan esclarece que com a liberação do acesso pela RJ-161 as coisas estão normalizando aos poucos. “Tudo já está funcionando normalmente como cachoeiras, bares e restaurante”.