Violência Psicológica: o crime que ninguém vê
Quem nunca sentiu na pele a dor de uma agressão psicológica?
Ela pode ocorrer não somente dentro de um casamento ou namoro, mas o abuso emocional também ocorre na vida social, acadêmica, familiar e profissional. Hoje em dia até mesmo nas redes sociais isso tem se tornado algo frequente e perigoso, são diversas Críticas maldosas, julgamentos cruéis, xingamentos, humilhações, ofensas, desprezo, ameaças veladas, silêncio como forma de punição, deboches e tantas coisas absurdas que tem feito muita gente adoecer.
Por isso, hoje traremos a nossas leitoras informação e uma reflexão sobre o tema “Agressão psicológica” principalmente nos dias atuais, pois devido a pandemia os casos de violência contra mulher tem aumentado consideravelmente.
Violência psicológica contra mulher
Em março de 2021, na semana do dia internacional da Mulher a Juíza Criminal, Idealizadora da Campanha Sinal Vermelho, presidente da AMB e responsável pelo pacote basta, Dra Renata Gil, debateu e explicou a importância de tornar a agressão psicológica em crime, mas também abordou as dificuldades de identificar esse tipo de violência, pois muitas vezes essa atitude pode ser confundida com ciúmes, ofensas e humilhações, o que também não é aceitável.
Segundo a Lei Maria da Penha, “a violência psicológica é caracterizada como qualquer conduta que cause dano emocional e à autoestima da mulher, que prejudiquem o seu pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações comportamentos, crenças e decisões". (Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006)
Segundo o Art 7 da Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
Podemos considerar violência psicológica, situações como:
“II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;”
A violência psicológica pode trazer diversos males a saúde, inclusive físico. Além de baixa autoestima, ela pode causar depressão, anedonia, síndrome do pânico, ansiedade, fobia social e fisicamente falando, ela pode causar insônias, distúrbios alimentares, dismorfia corporal e em casos mais graves até pensamentos suicidas.
Mas porque é tão difícil sair de um relacionamento onde ocorrem agressões psicológicas?
Na maioria das vezes o agressor age fazendo a vítima acreditar que ele quer somente o bem dela. Em outras situações o agressor tenta reverter a situação, fazendo com que a vítima se torne culpada, alguns falam a tão famosa frase "você está louca”
Isso faz com que a pessoa agredida, sinta vergonha de buscar ajuda, envergonha e em alguns casos realmente louca, como se estivesse vendo coisas aonde não tem. Por isso muitas vítimas acabam ainda pedindo desculpas ao agressor.
A agressão psicológica reprime sentimentos, faz a pessoa agredida se sentir incapaz e desencorajada em todos os sentidos. Não é fácil sair de um relacionamento abusivo, porém o primeiro passo é identificar que está sofrendo abusos psicológicos é fazer uma denúncia e pedir ajuda a um profissional de saúde como um psicólogo credenciado ao CRP, um médico ou um psicanalista.
Como denunciar?
Caso você presencie uma situação de violência contra a mulher, ligue imediatamente para o 190. Já para denunciar anonimamente a violência, ligue para 181, você irá precisar do nome do agressor.
Você também pode procurar a delegacia da mulher ou delegacias de polícia.
Outra opção que já está em vigor em alguns estados é o Sinal vermelho.
O Que é a campanha?
A campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica, foi uma iniciativa da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) em parceria com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a juíza e presidente da AMB, Dra Renata Gil, não tem medido esforços para propagar a campanha que tem por objetivo oferecer às mulheres vítimas de violência doméstica um canal silencioso de denúncia.
Como funciona na prática?
A vítima deverá desenhar um X vermelho na mão, com um batom vermelho ou algo que esteja a seu alcance e exibir o sinal ao farmacêutico ou ao atendente da farmácia, uma vez que ela mostrar o X, a polícia militar deverá ser acionada imediatamente através do 190 e o auxílio à vítima deverá ser prestado com todo cuidado.
Segundo a juíza, a campanha já conta com o apoio de mais 10 mil farmácias em todo o país. “Os casos de violência tem crescido durante a pandemia e nós não podemos nos calar, meu desejo é que essa campanha ganhe cada vez mais força e que mulheres e crianças recebam o socorro e o apoio necessário.”
Não perca na próxima edição falaremos sobre abuso psicológico no ambiente de trabalho e acadêmico.
Por Bia Peace
Fotografa de Mulheres, escritora e Acadêmica de Psicologia
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