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Custo da Greve

Produtores locais tiveram prejuízo de R$ 80 mil/dia com greve dos caminhoneiros

Em meio à paralisação no setor de transportes de carga no país, foi celebrado o Dia do Produtor Rural, uma categoria que este ano teve pouco a comemorar.

Publicado em 02/06/2018 às 22:20
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Greve dos caminhoneiros impediu escoação da produção (Foto: Diário do Vale)

Barra Mansa – No último dia 25 de maio de 2018, em meio à paralisação no setor de transportes de carga em todo o país, foi celebrado o Dia do Produtor Rural, uma categoria que este ano teve pouco a comemorar. Em Barra Mansa, onde o distrito de Santa Rita de Cássia é referência na produção de hortaliças, verduras e legumes, a distribuição dos alimentos foi comprometida. De  acordo com a Associação de Produtores Rurais, o bloqueio nas estradas impediu a distribuição de aproximadamente 20 toneladas de alimentos ao dia, com um prejuízo diário de R$ 80 mil. Além disso, duas fábricas de processamento de alimentos permaneceram paradas, nos últimos dias.

Produtor Rural há mais de 30 anos, Luiz Flávio de Almeida afirma que, em todo esse tempo de trabalho no campo, nunca havia visto uma situação como esta. Segundo ele, a greve provocou danos irreparáveis para os produtores.

– Vamos amargar um prejuízo de cerca de R$ 400 mil reais, que não será possível recuperar de forma alguma. Ficamos cinco dias sem poder abastecer, começamos a fazer pedidos na quinta-feira (31) para entregar na sexta (1º de junho), mas ainda assim a situação só deve se normalizar dentro de oito dias – disse o produtor.

Embora sejam responsáveis pelo abastecimento de supermercados de toda a região e também de cozinhas industriais, Almeida explica que o retorno da distribuição não refletirá no aumento do consumo, o que não contribui para que as vendas venham a crescer. “Muitas pessoas deixaram de consumir, neste período de paralisação, agora vai voltar tudo ao normal, mas não teremos lucro nenhum com isso. Pelo contrário, serão mais despesas, pois mesmo não vendendo nada, mantivemos nossos funcionários, os gastos com luz, entre outros”, disse o produtor, ao adiantar que as entregas de legumes como beterraba, cenoura e batata serão as mais difíceis de normalizar.

A produtora rural Denise Silva Soares Leopoldino, que trabalha com  a venda de produtos orgânicos duas vezes por semana, na Gare da estação, no Centro de Barra Mansa, ressalta que também sofreu prejuízos, nos últimos dias, no entanto, que não deixou de apoiar a mobilização. Isso porque, segundo ela, o gasto com o alto preço do combustível, que já vem ocorrendo há algum tempo, não pode ser repassado para os clientes, o que contribui consideravelmente para que tenha que assumir tais despesas.

“Gasto 500 reais de combustível por mês para fazer feira duas vezes por semana. Isso gera um custo muito alto para nós, mas se repassamos este valor para o consumidor não vendemos. Sendo assim, a única opção que temos é diminuir consideravelmente nosso lucro”, ressaltou a produtora, ao acrescentar que o principal desafio do setor rural na atualidade é a falta de mão de obra. “Muitas pessoas preferem passar fome, necessidades, a trabalhar na roça”, completou Denise, ao afirmar que a falta de linhas de crédito para a mecanização da horta também é um desafio para o agronegócio.

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