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CHUVA

Período chuvoso ajuda na produção leiteira da região

Produção das cooperativas aumenta em cerca de 20% com as águas e animais melhores alimentados.

Publicado em 24/02/2018 às 22:04

Produção sobe com chuvas e anima produtores do Sul Fluminense (Foto: Divulgação)

As temperaturas mais amenas que o normal para o período e a maior quantidade de chuvas registradas nos últimos meses contribuem para uma melhora na produção de leite na região. Conhecido como período das águas, esses meses de chuva são celebrados pelos produtores e empresários, que comercializam leite e seus derivados.

De acordo com o veterinário Carlos Alberto Franco da Fonte, da Cooperativa Agropecuária de Barra Mansa, as chuvas influenciam para melhoria da qualidade do pasto e, dessa forma, o gado se alimenta melhor. Com as águas, as gramíneas ficam mais vistosas, macias e com maior potencial nutritivo, contribuindo para uma melhora na produção de leite e no peso do gado de corte.

"Ao mesmo tempo em que a chuva melhora a qualidade do rebanho leiteiro, a produção nas cooperativas também tem um acréscimo. Neste período das águas, a cooperativa de Barra Mansa registra um aumento em torno de 15 a 20% na sua produção geral. Com isso a cooperativa fica possibilitada a ofertar uma maior quantidade de leite para mercado, já para o produtor melhora a renda deles em decorrência da quantidade e não pelo valor pago pelo litro de leite", diz.

Bastante oferta

Por outro lado, o veterinário ressalta que o ano de 2017 não foi um período muito bom para os produtores em razão do preço do leite pago a eles.

"Como as usinas vendem o leite a um preço bem baixo para o supermercado, acarreta também um valor baixo para os produtores. Infelizmente, ainda não tivemos uma resposta de melhoria deste mercado, pois as cooperativas não conseguiram pagar um valor maior aos produtores", declarou.

Segundo o veterinário, a concorrência é muito grande e “não tem fronteira”.

"A concorrência faz os preços ficarem mais baixos e isso desestimula a produção, principalmente no estado do Rio, onde o custo da produção é alto", alerta.

O veterinário chama a atenção para um fato curioso: apesar de a chuva trazer benefícios, com o excesso de barro nos currais e pastagens o animal acaba cansando mais. O barro também exige uma maior higienização na hora da ordenha. “Se você não tiver uma boa higiene na hora da ordenha pode desencadear algumas doenças mamárias”, diz.

Período diminui gasto com farelo e ração

Na opinião do presidente do Sindicato Rural de Resende, Gilson Mário de Siqueira, as chuvas são um período muito favorável aos produtores de leite, pois neste período a vegetação ou pasto crescem absurdamente. Principalmente se for adubado, contribuindo com isso para a engorda do gado:

"Neste período de janeiro a março, as vacas começam a desmamar. Já as vacas que estão prenhas (irão ter bezerro) quebram o leite. Já as que não estão prenhas aumentam a produção. Para o produtor, este período ajuda por diminuir o gasto com farelo e ração. Os animais também ficam mais bonitos", explica.

Por outro lado, os bezerros exigem certos cuidados, pois há maior risco de doenças como pneumonia e diarreia, que podem exigir gastos com medicamentos.

Segundo Gilson, o que também tem contribuído para uma melhora da produção leiteira na região são fatores como a genética, a tecnologia e novos investimentos no setor leiteiro. Isso possibilita com que o Sul Fluminense tenha a melhor produção do estado.

A produção

Composta por 102 empresas que movimentam cerca de R$1,4 bilhão por ano, a indústria de leite e derivados representa o segundo maior faturamento do país, atrás apenas do abate e fabricação de produtos de carne. De acordo com o Diagnóstico da Cadeia Agroindustrial de Lácteos Fluminenses e o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Rio (DindLat-RJ), atualmente, o estado do Rio produz 513 milhões de litros de leite por ano, o que corresponde a apenas 22% do total consumido em todo o estado, ou seja, 2,9 milhões de litros por ano.

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