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FLIP 2018

Flip 2018 anuncia a programação

Curadora diz que há 17 mulheres e 16 homens entre os 33 convidados; percentual de negros foi mantido.

Publicado em 05/06/2018 às 00:08

Fernanda Montenegro (Foto: Daryan Dornelles/VEJA)

A organização da 16ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anuncia na terça-feira (5), em São Paulo, a programação do evento, que acontece de 25 a 29 de julho.

Dos 33 convidados, há 17 mulheres e 16 homens, afirmou a curadora da Flip 2018, a jornalista Joselia Aguiar.

"E mantemos o mesmo percentual de autores e autoras negras", disse, citando a edição anterior, quando houve recorde de convidados negros (30%).

A Flip 2018 tem Hilda Hilst (1930-2004) como autora homenageada.

A curadora destaca na programação encontros entre autores já veteranos e a apresentação de novos nomes, além do que ela chamou de "temas candentes", citando violência, racismo, violência contra a mulher, discriminação por causa de orientação sexual e imigração, dentre outros.

"São autores de muita opinião", descreveu. Ao comentar a mesa que vai reunir a brasileira Djamila Ribeiro e a argentina Selva Amada, listou "feminicídio, violência contra mulher e feminismo" como pautas.

Destaques internacionais da programação:

- o autor americano Colson Whitehead, ganhador National Book Award de Ficção de 2016 e do Prêmio Pulitzer de 2017 pelo livro "The underground railroad". Em 2002, ele recebeu a bolsa de gênio da Fundação MacArthur;

- Leïla Slimani, escritora franco-marroquina autora do premiado "Canção de ninar";

André Anciman, egípcio autor de "Me chame pelo seu nome", que inspirou o filme de mesmo nome ganhador do Oscar de melhor roteiro adaptado;

- a russa Liudmila Petruchévskaia, autora de "Era uma vez uma mulher que tentou matar o bebê da vizinha" (Companhia das Letras), lançado no Brasil no ano passado;

- Alain Mabanckou, escritor franco-congolês chamado de "Samuel Beckett da África";

- Isabela Figueiredo, escritora portuguesa autora de "A gorda";

- Chritopher de Hamel, britânico que é considerado o maior especialista do mundo em manuscritos medievais e que deve tratar de religião, magia e luxúria no período que é tema de seus estudos;

- Simon Sebag Montefiore, historiador britânicao e autor de biografias de Stálin, dos Ramanov e de Catarina, a Grande;

- Fabio Pusterla, poeta suíço;

- Selva Almada, escritora argentina;

- Igiaba Scego, romancista italiana de origem somali.

Destaques brasileiros da programação:

- A atriz Fernanda Montenegro, que vai participar da mesa de abertura ao lado da maestrina, compositora e pianista Jocy de Oliveira;

- Sérgio Sant'anna, considerado um dos principais autores do país;

- Geovani Martins, jovem autor brasileiro que escreveu o elogiado "O sol na cabeça" (Companhia das Letras), lançado neste ano. Ele vai debater com Cotton Whitehead;

- Djamila Ribeiro, autora do livro "O que é lugar de fala?" (, ela vai debater com a autora argentina Selva Pimental;

- O cantor e compositor Zeca Baleiro;

- A atriz Iara Jamra.

'Flip íntima'

"Eu diria que é uma Flip mais íntima", comentou também a curadora na apresentação da programação.

"Neste ano as mesas estão estruturadas em torno de temas como 'amor', 'sexo', 'morte', 'Deus', 'finitude' e 'transcendência'", descreveu.

"Tem algumas palavras-chave que estão presentes nas mesas e nas performances que são: 'escuta', 'som', 'monólogo', 'vozes', 'dimensão mística e religiosa', 'dimensão corpóerea e erótica', 'humano', 'animal', 'além'."

Muito disso, explicou ela, tem a ver com a obra de Hilda Hilst.

"Uma característica dos autores convocados é que eles são multiculturais: nascem num determinado lugar, vivem em outro e agora estou residindo em outro. Todos eles escrevem com muita liberdade, é outra palavra-chave. [Houve uma] Busca por mostrar autores que escrevem com muita liberdade sobre temas considerados tabus – não só o sexo como a religião também."

Queda no orçamento

De acordo com Mauro Munhoz, diretor-presidente da Associação Casa Azul, responsável pela Flip, a Flip 2018 deve ter um orçamento entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão inferior ao do ano passado, quando foi de R$ 5,8 milhões.

Veja, abaixo, a programação da Flip 2018:

Quarta-feira (25 de julho)

20h – Mesa 1 (Sessão de abertura): Fernanda Montenegro e Jocy de Oliveira

Quinta-feira (26 de julho)

10h – Mesa 2 (Perfomance Sonora): Gabriela Greeb e Vasco Pimentel

12h – Mesa 3 (Barco com Asas): Júlia de Carvalho Hansen, Laura Erber e Maria Teresa Horta

15h30 – Mesa 4 (Encontro com livros notáveis): Christopher de Hamel

17h30 – Mesa 5 (Amada vida): Djamila Ribeiro e Selva Almada

20h – Mesa 6 (Animal Agonizante): Gustavo Pacheco e Sérgio Sant'anna

Sexta-feira (27 de julho)

10h – Mesa 7 (Poeta na torre de capim): Lígia Ferreira e Ricardo Domeneck

12h – Mesa 8 (Minha Casa): Fabio Pusteria e Igiaba Scego

15h30 – Mesa 9 (Memórias de porco-espinho): Alain Mabanckou

17h30 – Mesa 10 (Interdito): André Aciman e Leila Slimani

20h – Mesa 11 (A Santa e a Serpente): Eliane Robert Moraes e Iara Jamra

Sábado (28 de julho)

10h – Mesa 12 (Som e Fúria): Jocy de Oliveira e Vasco Pimentel

12h – Mesa 13 (O poder na alcova): Simon Sebag Montefiore

15h30 – Mesa 14 (Obscena, de tão lúcida): Juliano Garcia Pessanha

17h30 – Mesa 15 (Atravessar o sol): Colson Whitehead e Geovani Martins

20h – Mesa 16 (No par do incomum): Liudmila Petruchévskaia

Domingo (29 de julho)

10h – Mesa Zé Kleber de Malassombros: Franklin Carvalho e Thereza Maia

12h – Mesa 17 (Sessãode encerramento 'O escritor seus múltiplos'): Eder Chiodetto, Iara Jamra e Zeca Baleiro

15h30 – Mesa 18 (Livro de cabeceira): convidados leem trechos de livros marcantes

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